Dizem defender a democracia, mas só vale quando o resultado é favorável ao que acreditam.
Dizem defender a democracia, mas ofendem quem pensa diferente, muitas vezes com ofensas pessoais, baixas, desrespeitosas e, também, criminosas.
Dizem defender a democracia, mas quando não alcançam vitória no processo democrático, não fazem uma autocrítica, não utilizam a derrota como processo de aprendizado e não arregaçam as mangas para fazer um TRABALHO que possa reverter isso no futuro, mas desejam o pior para aqueles que pensam diferente, praguejam contra os diferentes, amaldiçoam, torcem contra.
Pessoas que, claramente, se aproximaram de candidaturas por acordos que, inclusive, não são lá muito “democráticos”. Focados não em uma candidatura que representasse o melhor para o todo, para todos, mas para si ou para os seus. De olho nas oportunidades discricionárias que a gestão pública permite.
O esfriar dos ânimos, muitas vezes, não é nem sequer estimulado pelos candidatos derrotados, num reconhecimento público da vitória do outro. Na manifestação pública de que torce para que o outro faça um bom trabalho, talvez tão bom quanto o que esperava que ele mesmo fizesse. Muitas vezes a manutenção da polarização do “Fla x Flu” entre seus apoiadores é estimulada com falas irônicas, indiretas ou diretas mesmo.
Desejar o melhor não é concordar que o outro seja a melhor opção. Se o fosse não seria candidato em proposta contrária. É torcer para que ações melhores que as que se espera do adversário aconteçam.
Torcer para que o melhor aconteça não deslegitima (e continuam tão necessárias) as críticas aos erros que vierem a acontecer, as denúncias que deverão ser feitas e as cobranças que nunca podem parar. Torcer pelo melhor e cobrar para que o melhor aconteça são ações que deveriam andar juntas. Claro que não só o cobrar “espetacularizado” das redes sociais, mas o cobrar nos formatos institucionais que possibilitam revisão, apuração, responsabilização.
As redes na mesma proporção (e hoje até em proporções maiores, eu diria) que possibilitou a aproximação das pessoas, a diminuição das distâncias e o compartilhamento de momentos felizes com os outros, também tem dado cada vez mais espaço ao ódio, ao conflito, ao mal.
Bem, aos que não foram eleitos em 2020 fica a necessidade de autocrítica. De retomar suas vidas e lutas e TRABALHAR para que, por meio do TRABALHO mostrem que podem ser uma opção melhor nos próximos pleitos.
À população cabe acompanhar, também, esse trabalho. Não só dos candidatos eleitos, mas dos não eleitos que possivelmente disputarão os próximos pleitos. Candidatos à prefeitura e à câmara costumam atuar, agora, em cargos de confiança daqueles já eleitos nos municípios, estados ou no governo federal. Será que TRABALHARÃO mesmo ou receberão para “TRABALHAR”?! Fiquem de olho! Quem recebe dinheiro público de forma questionável fora, faria diferente dentro?!
Ainda, existem aqueles que mesmo quando efetivos em cargos públicos, ao retornar as suas atividades após o afastamento eleitoral, seguem improdutivos, ausentes, trazendo pouco resultado quanto ao TRABALHO a ser realizado. Usando, ainda, do seu cargo público para cavar votinhos com “jeitinhos”, “ajudinhas” questionáveis, “passada na frente em filas” desrespeitando a ordem de espera, e agindo contrário ao interesse público para agradar o “seu público”.
Ainda, existem aqueles que mesmo com a não eleição fizeram diferente. Torcem pelo melhor, amenizam a polarização, parabenizam os vencedores e vão construir, para 2022/2024, suas novas candidaturas alicerçadas pelo TRABALHO.
Aos eleitos desejo boa sorte e TRABALHO, aos bons não eleitos desejo um bom TRABALHO neste próximo ciclo e aos maus perdedores que a derrota política seja uma constante na vida de vocês, já que a população merece o melhor.
Ficam estas reflexões até que a luz da plateia também se apague e o salão fique vazio.