Provavelmente você já ouviu muitas vezes essas expressão. Para alguns, inclusive, é motivo de medo e preocupação. Mas você realmente sabe o significado de “ditadura do proletariado”?!
As discussões vazias, principalmente alimentadas pelo bolsonarismo, insistem em colocar a expressão ditadura do proletariado enquanto oposição à democracia ou enquanto algo aproximado as experiências ditatoriais que o mundo vivenciou (de direita ou esquerda) ao longo da história recente.
Na verdade a ditadura do proletariado não se relaciona a lógica aproximada de regime político, mas numa ideia de confronto entre a lógica representativa predominante no sistema eleitoral burguês. Não se busca, com ela, a diminuição da participação nas decisões nem a concentração de poder na mão de poucos, mas, ao contrário disso, a verdadeira participação daqueles que são maioria: os trabalhadores.
No regime político que temos hoje, apesar da participação da maioria da população na escolha dos seus representantes, após eleitos (geralmente não só após, mas antes e durante mesmo), grande parte desses políticos implementam a vontade não dá maioria (os trabalhadores), mas da minoria (a burguesia detentora do capital e dos meios de produção). Isso fica evidenciado quando observamos grande partes das pautas que circulam em nosso parlamento, por exemplo, excluindo direitos dos trabalhadores e garantindo a manutenção da riqueza na mão de uma minoria. A esse regime de hoje deu-se o nome de “ditadura da burguesia”, o que, apesar da presença da palavra ditadura, possui, ainda que limitada, a participação indireta da população na escolha e em algumas outras iniciativas (graças a avanços que a constituição de 1988 garantiram), mas que ainda concentra (e predomina) a defesa dos interesses da burguesia nacional (e muitas vezes internacional também). A ditadura do proletariado seria uma oposição a isso. Seria o regime em que a defesa do interesse da maioria prevaleceria, inclusive com maior participação direta (e não menor) dos trabalhadores nas decisões de seu interesse, num movimento que culminaria naquilo que seria o retorno a sociedade original, ou seja, o fim da divisão social (ou o fim das classes sociais).
Ainda, é importante não apenas (apesar de ser importante também) se apegar as definições e conceituações dentro da contextualização histórica das construções teóricas, mas também na sua evolução, já que todo esse pensamento não ficou estático durante a evolução da sociedade, mas recebeu contribuições que o atualizassem ao contexto atual. Assim como o capitalismo não ficou engessado ao que era próximo a revolução industrial (apesar da manutenção da sua lógica e de muitos dos seus problemas estruturais), o comunismo também não.
Em resumo: ditadura do proletariado não é uma ditadura enquanto oposição à democracia, mas o contrário (e radicalmente contrário) a isso. É dar a maioria a representatividade não apenas de direito (como a escolha de seus representantes), mas também a representatividade de fato (com a defesa real da classe trabalhadora rumo ao fim de uma sociedade dividida em classes).
Talvez poucos leiam, talvez alguns que leiam discordem (se forem companheiros e companheiras para contribuir na discordância eu ficarei feliz em aprender mais com vocês), talvez alguns, teimosos que são, leiam e não acreditem (alguns só acreditam no mito e na mitologia dele Rss).
Aquelas que estão com preguiça de ler textão, tem um vídeo bacana da Teseonze com uma explicação rápida e bacana.. inclusive mais fidedigna e mais bacana que a minha: